* Por Hugo Ribas em 25 de maio de 2017
É como aqueles bancos estreitos da classe econômica de um avião, sabe?! A inclinação é mínima! Impossível ter um sono decente. A comida não é lá grandes coisas. Sem contar as turbulências, os medos, a incerteza, o risco. À primeira vista nada disso me parece muito atraente, parece?! No entanto, se você tiver coragem de olhar para o que há no além da janela, vai sentir que alguma coisa no além do coração pode mudar.
Observando a paisagem lá fora, podemos ver um belo céu azul e descobrir um pôr do sol de dar gosto, coisa de cinema! Nuvens fofinhas, tipo algodão doce. E depois de se encantar com tudo isso, podemos voltar os olhos para dentro e perceber que o banco nem é tão estreito assim. Dá até pra tirar um bom cochilo, vai! A aeromoça meio antipática é até engraçada. Descobrimos que o medo faz parte de qualquer jornada e que a incerteza pode ser um bom motivo para arriscar. Podemos perceber que até a comida… Bem, a comida realmente não é lá grandes coisas.
Enfim…
Metáforas à parte, vamos à pergunta que não quer calar: como transformar a vida numa viagem bastante confortável?
O grande ponto de virada pode estar numa simples mudança de olhar. Simples, mas altamente desafiadora. Não foram poucas as vezes em que eu quis jogar tudo pro alto e sair por aí sem rumo, sem destino… Fugir para uma ilha deserta, recomeçar do zero num outro lugar e com outras pessoas! Isso é bom, é ótimo, é perfeito, mas será que teria um resultado efetivo se eu continuasse olhando a vida pelo mesmo ângulo de antes?!
Sacou? Não?! Então eu vou te perguntar o seguinte: Será que você é aventureiro o bastante para abrir mão das suas velhas opiniões a seu próprio respeito e jogar para o alto o seu velho jeito de olhar a vida?
Talvez você tenha mergulhado de cabeça numa situação muito difícil de ser resolvida assim de imediato. Pode ser que a sua vida não esteja lá grandes coisas, assim como a comida requentada do avião. Certas circunstâncias não permitem que você coloque na mochila meia dúzia de roupas e embarque no primeiro ônibus que passar, sem parada certa, não é?! Mas e se você decidir correr o grande risco de mudar o seu olhar? Criar novas soluções para os velhos problemas. Transformar a dificuldade em desafio. Fazer da dor do tombo, um bom motivo para se erguer.
Recomeçar por dentro. Recomeçar o coração e o pensamento. Então, sem que você perceba, os medos perderão o sentido. Aqueles problemas antigos nem existirão mais. Quem sabe não seja hora de rir de tudo aquilo que te fez chorar? Você vai notar que o grande desconforto dessa jornada, na verdade, não era o banco pequeno, nem a comida, nem o risco, muito menos a turbulência. O desconforto estava dentro da caixola, sempre tão apegada aos velhos padrões de viver a vida e de lidar com as experiências que surgem no caminho. É claro que os nossos problemas e irrealizações jamais serão confortáveis, mas podem instigar a criatividade e desafiar a fazer diferente, ainda que tudo ao redor permaneça igual. Você pode até mudar de cidade, de país, de planeta!! Mas se não fizer uma boa faxina nessa caixola, o resto não vai funcionar muito bem.
E depois de conseguir essa grande mudança de olhar, será mais fácil mudar os rumos, pegar novas estradas e trilhar novos caminhos…
Imagens: VisualHunt
Hugo Ribas é pisciano, escritor, leitor e também uma metamorfose ambulante. Adora se perder em sentimentos escritos e nem sempre consegue se encontrar em suas próprias palavras. Personagens, narrador e pensamentos se fundem nos textos que compartilha em seu BLOG. Nasceu em Jundiaí – SP e mudou-se para São Paulo – SP aos 16 anos, onde se formou em Design Gráfico e cursou teatro pelo Teatro Escola Macunaima. Apresentou peças de Gianfrancesco Guarnieri e Friedrich Dürrenmatt.
"Eu sou uma buscadora, dando meus passos no universo. Tentando entender, tentando digerir a vida. Eu não quero parar até encontrar de fato tudo o que venho buscando: dar todo o meu amor!"
– Autor desconhecido
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1 comentário. Deixe novo
Mesmo estando na zona de conforto, é sempre bom mudar o olhar. E se tiver um infinito e um horizonte, tanto melhor. Deitar o olhar no distante, descansa a vista e a mente. Formam novas sinapses. Da uma sonolência boa. E com a mente quase vazia, novas idéias e a criatividade se fazem presentes. E percebemos que estar numa zona de conforto, é bem desconfortável. E viver de verdade, se atirando, experimentando, as vezes e o único caminho do bem.desconfortVel ou não, e o que se tem pra hj. No amanhã… deixa pra amanhã.