* Por Angélica Nedog em 17 de janeiro de 2017
Acredito que a rejeição seja um dos sentimentos mais difíceis de encarar, principalmente quando ouvimos de um entrevistador que o nosso perfil não se encaixa na empresa, ou somos deixados de lado no baile da escola por sermos baixinhos demais (ou altos demais, gordos demais, magros demais, etc.), quando algum “especialista” diz, do alto de seu infinito conhecimento, que o nosso material não é bom o suficiente – ou que precisamos mudar a forma de pensar ou de se expressar (de SER) – quando nosso cônjuge nos deixa, quando somos esnobados pelos nossos amigos ou condenados ao ostracismo pelas nossas famílias e comunidades por nossas escolhas de vida. Em todos estes casos, a dor que sentimos pode ser absolutamente paralisante.
Rejeições são a ferida emocional mais comum que suportamos na vida. Nosso risco de rejeição costumava ser limitado pelo tamanho do nosso círculo social ou pelos nossos encontros amorosos. Hoje, graças à comunicação eletrônica, plataformas de mídia social e aplicativos de namoro, cada um de nós está ligado a milhares de pessoas, sendo que qualquer uma delas pode ignorar nossas mensagens, bate-papos, textos ou perfis de namoro, o que resulta em um sentimento muito maior de rejeição: agora, ela está globalizada e escancarada!
Não importa o tamanho da rejeição que experimentamos, ou o alcance que ela tenha, uma coisa permanece constante: ela sempre dói, e, geralmente, dói mais do que imaginávamos que pudesse doer.
A pergunta é: por quê? Por que ficamos tão incomodados com isso? Por que isso estraga o nosso humor? A resposta é que nossos cérebros foram “conectados” para responder dessa maneira. Quando experimentamos a rejeição, as mesmas áreas do nosso cérebro que sentem a dor física são ativadas. É por isso que mesmo as pequenas rejeições machucam mais do que achávamos que fossem machucar – porque elas provocam, literalmente, dor (embora emocional). A dor emocional é apenas uma das formas que a rejeição tem de causar impacto no nosso bem-estar. Ela também estraga o nosso humor e prejudica a nossa autoestima, além de provocar ondas de raiva, agressão e autopiedade e de desestabilizar a nossa necessidade de “pertencimento”.
Os maiores danos que a rejeição causa são, geralmente, autoinfligidos. Na verdade, nossa resposta natural ao sermos abandonados pelo nosso parceiro, não sermos escolhidos pela equipe de esportes da escola ou sermos rejeitados para aquele emprego é nos tornarmos absurdamente autocríticos. Nós nos xingamos, lamentamos as coisas que foram ditas (ou as que deveríamos ter dito), desejamos ter feito as coisas de maneiras diferentes e nos sentimos extremamente decepcionados conosco.
Por mais tentador que possa parecer listar todas as suas falhas como resultado de uma rejeição, e por mais natural que possa parecer punir a si mesmo pelo que fez de “errado”, não faça isso! Você pode, sim, rever mentalmente o que aconteceu e considerar o que pode fazer de forma diferente no futuro, mas não há absolutamente nenhuma razão para ser duro consigo mesmo ao fazê-lo. Também não encare uma rejeição como algo pessoal, porque não é. A maioria das rejeições, sejam elas românticas, profissionais e até sociais se “encaixam” em uma determinada circunstância específica, algum tipo de lacuna que não foi preenchida. E isso é normal. Examinar exaustivamente suas próprias deficiências em um esforço para entender por que aquilo não funcionou não é apenas desnecessário, mas também ilusório.
Ser rejeitado nunca é fácil, mas apesar dos sentimentos ruins causados pela rejeição, é muito mais saudável e produtivo concentrar-se em nossos pontos fortes, em nossas habilidades, em nosso potencial.
É saudável aceitar que a rejeição faz parte da vida. Saber como limitar o dano que a rejeição causa, e como reconstruir a autoestima quando ela acontece, vai ajudar você a se recuperar mais cedo e a seguir em frente com mais confiança. Em vez de se jogar na autopiedade, aproveite o momento para olhar para si mesmo e se tratar bem, com respeito, com dignidade, com amor.
Imagens: Google, Visual Hunt, lynnalynn via VisualHunt.com, stevendepolo via Visual Hunt / CC BY
Angélica Silva é uma buscadora. Eu sempre digo que o maior problema dela é ser parecida demais comigo (Alana), o que me confunde nos textos. Não sei qual é de quem! Uma mulher que se joga na vida com coragem, é autêntica, divertida e se reinventa a cada momento. Boto fé! Ela escreve também no seu blog pessoal Assim com a fênix. Confira!
"Eu sou uma buscadora, dando meus passos no universo. Tentando entender, tentando digerir a vida. Eu não quero parar até encontrar de fato tudo o que venho buscando: dar todo o meu amor!"
– Autor desconhecido
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2 comentários. Deixe novo
Muito bom o post. Eu não vivia a minha vida porque sempre tive medo de ser rejeitada. Agora, eu arrisco, ao ser rejeitada sofro um pouco, mas continuo vivendo. Perder o medo da rejeição faz com que você deixe de viver na ilusão, a realidade às vezes é mais dolorida, mas é melhor. Uma das coisas que aprendi ao ser rejeitada é parar de me autodepreciar, quando entro nesse ciclo autodestrutivo, começo a me lembrar das minhas qualidades e bola pra frente. E a vida vai seguindo, um dia os caminhos se encontram…Bj
http://www.equilibrioevida.com
Olá, tudo bem? Estou em uma fase de descobrimentos sobre a rejeição. Entendendo minhas dinâmicas, as raizes e tudo o mais. Este texto me iluminou com uma forma super saudável de lhe dar com as rejeições qyw são inevitáveis na vida. Um grande abraço!!!