A vida é incerta. Ponto.
E a gente é levado a acreditar que precisa de tantas certezas para ser feliz. Somos ensinados, desde muito cedo, a ter pensamentos restritos; crescemos e vivemos bombardeados por crenças que nos limitam e tornam-se nossa grande gaiola emocional. Assim, a criança quer a certeza do amor dos pais, do peito da mãe, do alcance do brinquedo. O adolescente quer a certeza da aceitação dos amigos, da reciprocidade da primeira paixão, do horizonte. O adulto quer a certeza de um amor, do emprego seguro, da aprovação da sociedade, do caminho para velhice. O velho quer a certeza dos valores que deixou, da caixa de remédios ao alcance das mãos, do amor dos netos.
Desperdiçamos uma energia gigante, sofremos, não dormimos, tomamos comprimidos, pagamos psicólogos, lemos livros, rezamos e a angústia nunca passa. Nem nunca passará. Essas certezas que buscamos inquietos estão fora de nós e por isso mesmo nunca nos pertencerão.
O mais intrigante é que buscamos a certeza que teremos coisas, mas nem sabemos ao certo o que fazer com elas, queremos a certeza de não sermos demitidos, porém não sabemos se aquele trabalho nos realiza; queremos a certeza de estarmos dentro dos padrões da moda, sem nem entendermos se aquilo nos representa. Parece que queremos ter certeza para nos permitirmos ficar em dúvida, entende?
Eu já tive tantas dessas certezas e, obviamente, as perdi pelo caminho, frágeis que são. E no lugar delas ganhei insegurança e frustração.
Convido você a analisar seus medos. Quantos deles nasceram porque você não se sentia no controle? Imagino que todos. A grande dor do mundo é essa: querer controlar o externo sem ter conhecimento do interno.
Eu acredito que a certeza que precisamos ter é sobre quem somos na mais pura essência, quem somos quando não precisamos impressionar ninguém.
Faça um exercício assim: imagine que todas as pessoas, subitamente, ficaram cegas no mundo, porém continuaram a viver suas vidas como hoje. Imagine a vida sem ninguém conseguir ver o que temos: roupas, celulares,carros, casas, escritórios, acessórios, Facebook, namorado (a), esposa, marido, amigos, filhos.
E agora responda: qual certeza você teria? Quantas pessoas nesse suposto mundo você conseguiria impressionar?
O que mais importa não dá para ver. O Pequeno Príncipe já cantou essa bola: “O essencial é invisível aos olhos!
Quando estivermos cientes de quem somos de verdade, quando encontrarmos nossa essência mais pura e nos entregarmos a ela, poderemos realmente jogar nossa energia viva no universo e fazer a diferença na nossa estrada e na dos outros. Assim, não precisaremos sofrer buscando falsas certezas, viveremos com respeito à nossa natureza e isso harmonizará nosso entorno e trará coerência às nossas escolhas.
Tenha só uma certeza, a que você conquistou sua liberdade de ser, pois é dessa certeza que nascerão todas as outras!
Claudia Lebie: empolgada por natureza, mestre em educação por formação, life coach por vocação, escritora pelo desafio, palestrante por necessidade de expressão, fotógrafa por persistência, estudiosa do desenvolvimento pessoal por puro amor! Adora arte, francês, cachorro, sol, filosofia, chocolate, roupa colorida, causas autênticas e gente empenhada. É idealizadora do projeto Da Boca pra Dentro e quer viver cada vez mais com vento nos cabelos, frio bom na barriga e mãos dadas pelo mundo!
"Eu sou uma buscadora, dando meus passos no universo. Tentando entender, tentando digerir a vida. Eu não quero parar até encontrar de fato tudo o que venho buscando: dar todo o meu amor!"
– Autor desconhecido
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[…] Nessa semana ela passou a fazer parte dos colunistas do site Recalculando a Rota e escreveu o texto “Qual certeza você precisa ter?”. Nele, ela comenta sobre as certezas e apegos que “precisamos” ter na vida, que na […]