Tá vendo aquela mulher linda, parada ali na fila, toda arrumada, no salto alto, cabelo impecável e maquiagem exuberante? Você pode não acreditar, mas ela também tem problemas. Você conseguiria imaginar que mesmo aparentando ser assim “perfeita”, arrogante e inabalável, ela possivelmente já passou por sérias crises de baixa autoestima?
E se você soubesse que a adolescência inteira ela se recusava a passar uma maquiagem e arrumar o cabelo porque achava que isso era coisa de mulher fútil? E se por um acaso você tivesse passado pela rejeição que ela passou recentemente, descobrindo que o namorado que ela tanto amava a traía com outra mais gostosa, maquiada e bem vestida que ela? Como você acha que reagiria depois de acordar pra vida e descobrir que você também poderia ser aquela mulher linda que tanto criticou (e invejou) ao ver passar?
Será que depois de perceber o quanto você é bonita, você também não iria gostar de se arrumar mais? Ser mais vaidosa? Encontrar o seu estilo de roupa favorito? Andar na sua moda? Cuidar do seu cabelo? Ajustar o seu corpo da forma que mais lhe agrada? Falo isso, porque acredito que a grande maioria de nós não cresce se achando linda, por mais linda que seja! Em algum momento na nossa vida, normalmente quando deixamos de ser crianças, começam as comparações. Junto com elas, os olhares tortos, os comentários maldosos recheados de inveja, as competições desenfreadas pra ver quem consegue ser mais que a outra. Naturalmente tem as que entram na competição pra vencer, e tem as que preferem nem entrar por se acharem incapazes de chegar lá. O fato é que ambas estão alimentadas pelo medo de ser menos. Menos bonita. Menos legal. Menos popular. Menos desejada. E então, o que aconteceria se neste exato momento em que despertamos para a competição, trocássemos tal comportamento por um “dar as mãos”?
De competidoras passaríamos a cúmplices. Teríamos total consciência da dor que é se sentir feia, por dentro e por fora, e desta forma iríamos ajudar umas as outras a lidar com seus próprios fantasmas. Iríamos falar abertamente das nossas próprias fraquezas e inseguranças a respeito do nosso corpo, do nosso cabelo, do nosso rosto, da nossa pele. E então por fim, mostraríamos umas as outras as qualidades que fazem de cada uma de nós mulheres únicas. Iríamos propagar o amor e cresceríamos com outros olhos perante a vida. Nossa autoestima jamais seria abalada, pois em nossa mente e coração saberíamos que cada uma tem o seu próprio valor, e que este é insubstituível. Estaríamos tão agarradas nas nossas fortalezas que teríamos força de sobra pra lidar com nossas inseguranças nas horas em que surgissem. Não seria tão melhor? Um mundo de mulheres felizes, seguras, apaixonadas por si mesmas. Elogiando umas as outras, de coração. Porque sabem que reconhecer a beleza da outra, não diminui a sua própria. Porque sabem reconhecer o esforço que cada uma teve pra chegar onde chegou, pra ser do jeito que se é.
Percebe que não faz mais sentido continuarmos estimulando essa competição? Somos todas humanas, desejando ser amadas, desejando ser felizes. Quando uma faz algo por si mesma, buscando realçar sua beleza, o natural não seria apoiá-la por tamanha coragem, ousadia e atitude? Afinal de contas, já não sabemos nós mesmas o quanto é difícil conseguir nos amar apesar de nossas tantas imperfeições?
É por isso que cada vez mais eu desejo que passemos a dar mais parabéns no lugar de críticas e mais amor no lugar de raiva. Porque sinceramente, eu tenho um puta orgulho da mulher que consegue se sentir maravilhosa mesmo sabendo que sempre vai existir alguém melhor que ela em algum aspecto. Isso é aceitação, e a partir do momento que a gente se aceita, conseguimos também aceitar que a outra brilhe tanto quanto nós – ou mais. Não há competição. Há cumplicidade. Há uma junção de forças. E todo mundo sai ganhando.
"Eu sou uma buscadora, dando meus passos no universo. Tentando entender, tentando digerir a vida. Eu não quero parar até encontrar de fato tudo o que venho buscando: dar todo o meu amor!"
– Autor desconhecido
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