O que é ser um empreendedor anti-frágil?

Há algumas semanas eu tomei contato com um conceito novo. Olha, eu sou um leitor ávido, especialmente de temas de negócios e empreendedorismo, hoje em dia, mas sou bastante eclético – passando por filosofia, educação e romances históricos. E ainda não tinha ouvido falar nesse negócio, que acabou por mexer com a minha cabeça.

A novidade da qual estou falando chama-se ANTI-FRAGILIDADE, e “O Cara” que desenvolve este conceito chama-se Nassim Nicholas Taleb. Curiosamente eu e ele compartilhamos a descendência libanesa (adoro pensar que tenha alguma coisa no meu sangue em comum com Gibran, também, mas isso é outro papo).

O Nassim Taleb fala, em resumo – e interpretação minha, que nós estamos padecendo de uma certa ‘cegueira semântica’ (sim, pode ser que eu tenha inventado este termo). Em outras palavras, ele diz que nós estamos carentes de uma palavra para expressar um certo conceito e, como consequência, ignoramos a existência deste conceito. Vixe!

Calma, começamos assim: vamos fazer um jogo. Eu digo uma palavra e você pensa no oposto, ok? Aí vão quatro:

Quente, alto, escuro e negativo. Quais são os respectivos opostos?

Agora, e se eu perguntar pra você qual o oposto de frágil? Você provavelmente dirá forte, robusto ou resiliente, não é mesmo? Pois é aí que está a nossa cegueira. Que tal a gente tentar definir frágil, pra começar?

Frágil é algo que, submetido a pressão ou choque, se danifica, sofre prejuízo quanto às suas qualidades iniciais. Faz sentido pra você?

Por outro lado, algo forte, robusto ou resiliente pode ser definido como ‘que não se altera ou é capaz de suportar mais pressão ou impacto’. A-há! Então, ser forte ou robusto é apenas uma variação de ser frágil. Talvez seja melhor, mas não é exatamente o oposto. Dizer que algo resistente é o oposto de frágil é como dizer que neutro é o oposto de negativo. Pois o oposto de ser frágil é ser algo que melhora quando submetido a pressão ou choque. E nós não temos uma palavra para definir isso. Por isso, o Taleb utiliza o termo anti-frágil.

Muito bem. Se a qualidade de ser anti-frágil é ser capaz de melhorar quando submetido a pressão e dificuldades, tem algo aí nessa qualidade que deve servir de lição para nós, empreendedores, não? Afinal, quem mais precisa ter tenacidade e adaptabilidade pra aprender com erros e eventuais fracassos e se tornar melhor com isso?

Guilherme Sarkis é um encantador de audiências. Empreendedor com negócios nas áreas de educação, tecnologia para educação, coworking e gastronomia. Coordenador do Social Good Brasil Lab em Florianópolis, programa de desenho e prototipagem de inovação social. Co-organizador do Startup Weekend e TEDx em Floripa e co-fundador do 180 Hub.