* Por Ana Paula Bet em 1º de novembro de 2016.
Esse mês, houve um salto quântico aqui em casa, foi na conta de luz. A conta deu muito alta mesmo e concluiu-se que foi porque eu usei muito o aquecedor nos dias frios aqui do Sul, ainda mais agora que estou trabalhando em casa também. “Concluiu-se” foi uma forma sútil de chamar o surto da minha mãe anunciando a notícia. Achei que tinham assaltado a casa, levado as coisas e por fim, posto fogo na sala, mas não, era só a conta de luz.
A conta de luz pôs luz em um assunto muito escuro em mim, que é o dinheiro e minhas crenças limitantes quanto a ele. Me lembrou também que tô cansada, ainda que confortavelmente cansada e aquecida, pela estufa e pela merda quentinha também. Cansada de me sentir “menos morta” só dentro de minidramas mentais criados por mim mesma, como esse que enfoca na minha escassez financeira.
Aqui em casa se fala muito de dinheiro, geralmente com certa mesquinharia velada, nascendo disso uma comunicação meio confusa ao se falar truncadamente sobre o quanto se tem, sobre quem tem, quanto tem, se não tem e dando uma pitada final (negativa “sem querer”) caso a caso. O assunto surge do nada. É puxando papo sobre “se estou ganhando alguma coisa trabalhando assim”, sobre o preço do bife, sobre fulano que é esbanjador ou ciclano que é muito mão de vaca, enfim, falar de dinheiro com várias crenças envolvidas, forma um pouco o nosso laço (ou nó?) familiar.
Meus pais estão aposentados, mas ainda trabalham bastante. Sustentam a casa basicamente e eu “me sustento” nela, tentando ser a mais autônoma e menos pesada possível. Nos damos abençoadamente bem, mas no vai e vem da vida, já choramingamos e julgamos muito o dinheiro. Quanto a tópicos recentes, meu pai, comentou pontualmente “do fulano de tal lá de não sei onde” que “não faz nada da vida” e só vive gastando o capital “que a família deixou”. Minha mãe, além dessa da conta de luz, está sempre “eufórica” nisso de despesas em geral. Eu, always “cool mimimi” falo que eles “falam muito nisso e acabam não aproveitando a vida”, mas por vezes me vejo indo na mesma direção, pois ao passo que os julgo, julgo também pessoas que “esbanjam” ou simplesmente “já tem muito” dinheiro, numa clara evidência de ter um pensamento bastante limitado, logo também, bastante limitante nos mais variados aspectos do tema.
Além dos meus pais, as visões sobre dinheiro dos demais parentes, amigos e pessoas próximas também afetam. Mas nada de fora tem culpa, se onde ressoa é dentro. Isso só espelha o nosso complexo. Estou vendo cada dia mais claramente o meu. Pude ver ele muito bem inclusive, em uma ida recente ao mercado esses dias, onde uma “conhecida” me fez uma pergunta aleatória inesperada sobre dinheiro, e da mesma forma, como no caso da conta de luz e em muitas outras, agi basicamente igual: exteriorizei estar “ok” mas me deixei atingir internamente bastante, fazendo ecoar por dentro mil coisas negativas que trago sobre o dinheiro, bem no meu, até então, tradicional estilo “bebezão brabuxo chora-chora que o dinheiro vem” da Glasslite (caso essa empresa de brinquedos se interessasse em lançar bonecos com certos perfis para o nicho de adultos infantis).
Uma parte de mim se sente uma merda em não poder ter dinheiro para, por exemplo, sustentar meus pais e proporcionar além disso, outras coisas para eles (um sentimento de “retribuir”). Não que eles precisem ou passem necessidade, mas porque acharia “legal proporcionar que aproveitem mais a vida”, além de terem o “prazer” de comentar com amigos e vizinhos isso. Por outro lado, outra parte minha vê nisso mais “ego” do que qualquer outra coisa, repudiando o pensamento quase como uma hippie. Ainda dentro dessa “vibe clara e próspera” de dinheiro, (#soquenao), trago também, como já citei, outros julgamentos e até sentimentos invejosos, de pessoas que estão “mal” ou “bem” nesse aspecto financeiro. (Podendo rolar desde um “É por isso que não vai pra frente!” até um “Com essas facilidades todas até eu!”, frouxamente).
Olha, é tanta crença junta, que com essa da conta de luz, pude ver claramente a obviedade do boicote multidirecional dos meus pensamentos sobre dinheiro refletindo na minha vida. Condicionamentos carregados de negatividade e sem serventia real alguma mais, se é que já tiveram algum dia.
Liguei a luz para um belo CHEGA. Não quero mais esse miserê, esse clima bosta, esse drama. Não sou mais a pior versão de mim mesma, não sou obrigada. Vou parar de me frustrar por coisas sem cabimento que exigem mais minha ação real do que meu pensamento fantasioso dramático. A gente cansa mentalmente também por ficar parado esperando, mesmo sendo mais fácil imaginar o caminho perfeito do que simplesmente começar a caminhar. Um passo pequeno hoje é mais real do que a imaginação de que amanhã irá correr. Por isso, respire fundo e pare de ouvir ou fantasiar vozes, internas ou externas, que só te boicotam ou você vai ficar aí no escuro para sempre. E o pior, “quebradaço”, pois o dinheiro e a abundância, são mais duas energias que como as demais, precisam de ação e movimento.
Já me sinto mais aquecida nessas novas ideias, e não mais pela merda quentinha da estagnação com resmungância e chorinho. Percebo que não é por aí. Começo a me sentir verdadeiramente diferente, mais responsável, positiva, com pensamentos construtivos, que me fazem querer melhorar e ajudar, vivendo uma realidade mais plena, próspera e feliz. E você deveria querer sentir o mesmo.
Você deveria pôr mais LUZ nos seus condicionamentos e crenças, sejam eles quanto a dinheiro, amor, trabalho ou o que for. Parar de só pensar nas coisas negativamente e passar a pensar em como pode agir sobre elas, atraindo uma energia melhor, mesmo que um passinho pequeno por vez, mas principalmente, sem choramingar. Até porque, pelo que me informei, cara emburrada e choramingo não acresce desconto em boleto e a Glasslite nem existe mais.
Imagens: Google, Terry Freedman via VisualHunt.com / CC BY-NC-ND, Google, Google, Tumblr.
Ana Paula Bet é apaixonada por observar e absorver. É também criadora e designer responsável do APBet Design, desenvolvido para ajudar na comunicação visual cotidiana da vida. Nômade digital iniciante, está realizando uma importante viagem para dentro de si, após muitos anos. Gosta de bom humor, rir, empatia, atitude, praia, cozinhar, livros, fotos, músicas, conversar sobre ideias construtivas e conexões inusitadas. Escrever é uma paixão que está canalizando para compartilhar mais.
"Eu sou uma buscadora, dando meus passos no universo. Tentando entender, tentando digerir a vida. Eu não quero parar até encontrar de fato tudo o que venho buscando: dar todo o meu amor!"
– Autor desconhecido
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