* Por Andréa Krappmann em 03 de março de 2016
Hoje recebi uma mensagem no LinkedIn de uma pessoa que não conheço pessoalmente desesperada pedindo ajuda para uma recolocação. Até aí não vejo problema, incentivo esse tipo de contato para iniciar um networking saudável.
O problema estava no texto da mensagem, dizeres tão sofridos… mendigando – “estou tão triste de ter de passar o pratinho” – aceito uma “Posição qualquer”…pedindo pelo amor de Deus uma ajuda. E não era uma pessoa sem conhecimento, formação ou com experiência precária.
Fiquei ali lendo e relendo e vendo a foto do perfil (que por sinal merece reconhecimento pois estava muito boa para o Linkedin) não refletia uma vítima. Refletia um profissional decidido, coerente e determinado sabendo exatamente para onde quer ir. Pensei: “Mas que raios de desconexão é essa???”
Essa pergunta me lembrou da famosa frase de Dick Bolles um dos maiores caçadores de emprego americano:
“A maioria das pessoas que falham ao procurar seu emprego dos sonhos não é por falta de informação sobre o mercado de trabalho, mas por falta de informação sobre eles mesmos”.
E também de uma entrevista que li de um Presidente de uma empresa onde ele colocava seu espanto pelo crescente número de candidatos desconectados entre o seu currículo e seu discurso.
Mas a maior questão, e é esse o tema que eu quero falar neste texto, é que a pessoa cometeu o maior erro que a maioria das pessoas desempregadas estão cometendo e não estão percebendo: vestiu a roupa de vítima.
Por isso tenho vivência para dizer o que se ganha com mensagens vítimas: as pessoas sentirão pena, vão desejar sucesso e que Deus está com você. Energias positivas são benvindas, mas neste caso de total declaração de desespero é esperado um pouco mais, que não será conseguido…
Algumas podem até te indicar, quase nenhuma, tá? (se você não sabe lidar com mar revolto na vida pessoal vai saber lidar na profissional?). Se der a sorte de uma entrevista chegará vestido de profissional com cara e energia de mendigo. Sabe como eu sei disso? Já fiz isso… Ganhei uma baixa autoestima e um emprego limão azedo que tive que transformar em limonada.
Quando eu estava entrevistando candidatos, minha expectativa era de encontrar alguém positivo, que estivesse com ideias e vontade de fazer diferente e resolver meus problemas, que vinha com soluções. Não alguém que viesse chorando suas dificuldades.
Você pode neste momento pensar que sou insensível. Não sou, porque TODO MUNDO sabe que ficar desempregado não é fácil. É triste para todos, não é privilégio exclusivo de uma pessoa e nem nenhuma novidade, que só saindo dinheiro e não entrando a coisa pega.
E vamos parar com romance… Empresa é empresa e não uma senhora bondosa. Empresa precisa gerar lucro se não ela não é empresa, não tem posto de trabalho. E ela quer os melhores, aqueles que fazem acontecer.
Então, nesta visão, percebe como a coisa fica chata e difícil para o entrevistador e contratante? Todos ficam pobres coitados…
Por acaso você que está lendo se viu nessa situação?
Quer saber como sair?
Se responder SIM continua lendo…
1) não envie mensagens com apelos para ninguém da sua rede de contatos.
2) decida entrar para o mundo do Protagonismo, assuma total responsabilidade sobre a sua vida e pela sua busca por uma recolocação começando a definir o que você quer e para onde quer ir. “Qualquer posição serve” vai te levar a vagar que nem zumbi pelo mercado. Vai aparecer o emprego dos seus sonhos e você não vai ver, pois não sabe qual é.
3) use o período de desemprego para se autodesenvolver pessoalmente e profissionalmente. Tem muita coisa gratuita e de boa qualidade na internet é só dar um Google. Se puder investir em um profissional ou em um programa você ganhará um salto quântico na Carreira inteira!
4) não sofra com as notícias da economia…crise não é um homem queimando dinheiro na fogueira. Crise é o dinheiro mudando de mão e você precisa descobrir para que mão está indo.
5) escolha o positivo 100% das vezes. Tem dias difíceis e outros insuportáveis, eu sei! Busque elevar sua energia com gratidão, com vídeos de histórias inspiradoras, converse com aquele amigo alto astral, faça algo que lhe dê prazer, medite. Qualquer coisa que controle sua mente e seus pensamentos negativos!!! Você tem o poder de escolher.
6) pare de se julgar e julgar os outros. A única pessoa com que tem que competir é com você mesmo. Seja hoje melhor que ontem.
7) entenda que procurar trabalho é um trabalho, isto é, quanto tempo está investindo do seu dia para se recolocar. Quantos currículos enviou X entrevistas. Quantos contatos diretos fez? E conta também o tempo de investimento no seu autoconhecimento. O que você quer? O que não quer? Como está agindo nessa situação? O que descobriu da sua relação com o dinheiro nesta fase? Quais são as ideias criativas que anda tento? Está ajudando alguém? Trabalho voluntário?
8) ponto de atenção: no currículo destaque resultados do seu trabalho quantitativo e qualitativo. Cuidado com muitos detalhes de formatação (salvo se sua profissão exigir isso). Isso pode ser visto por sistemas internos das empresas como vírus e cai no spam. Use um formato padrão e letras Verdana ou Arial. O recheio é o mais importante esse documento é seu reflexo.
10) faça este exercício antes de enviar uma mensagem ou e-mail para um potencial recrutador:
Feche os olhos e por minutos se coloque o lugar de um recrutador e leia a sua mensagem ou seu e-mail como se fosse ele, isto é, desconecte-se da sua situação, desconecte da sua história, agora você é um Gerente de RH que trabalha em uma multinacional que está em busca de alguém que o surpreenda. Leia sua mensagem ou e-mail, e se pergunte: 1) se prontificaria a responder e depois solicitar o currículo e agendar uma entrevista? 2) nunca mais esqueceria dessa pessoa? Lembrança positiva.
E para finalizar, cuida do seu Linkedin. Ele não é o muro das lamentações. Pessoas desesperadas e reclamando da falta de emprego e da crise está lotado, é só ler os comentários em fóruns. Comentários deixam rastros e nunca mais serão apagados!!!! Talvez você não dimensione o impacto negativo disso, 90% dos recrutadores acessam o perfil no Linkedin e alguns deles investem analisando em ver o que você andou dizendo por lá.
Espero ter ajudado você que chegou até aqui a sacudir a poeira, tirar o casaco da vítima e vestir a jaqueta do protagonista para ser um caçador de empregos, capturar o emprego que sonha e nunca implorar por uma ajuda!
Para terminar…
Até o próximo!
Imagens: pixabay , AndYaDontStop via Visual Hunt / CC BY , USAG Italy via Visual Hunt / CC BY-NC
Andréa Krappmann é Master Coach de Carreira que já Recalculou a sua Rota para reencontrar sua autenticidade e sua verdade. Hoje usa as ferramentas e a metodologia do coaching de forma única para ajudar pessoas a encontrarem o emprego dos sonhos e terem uma vida profissional mais feliz e com mais significado. Para falar com ela manda uma mensagem para contato@krappmann.com.br
"Eu sou uma buscadora, dando meus passos no universo. Tentando entender, tentando digerir a vida. Eu não quero parar até encontrar de fato tudo o que venho buscando: dar todo o meu amor!"
– Autor desconhecido
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