“A vida é ou uma aventura audaciosa, ou não é nada. A segurança é geralmente uma superstição. Ela não existe na natureza.” – Helen Keller
Em nosso dia-a-dia, a coragem não recebe muita atenção. A coragem é uma qualidade esperada dos soldados, bombeiros e ativistas. A segurança é o que mais importa hoje. Talvez você tenha sido criado para evitar ser muito ousado ou corajoso. É muito perigoso. Não corra riscos desnecessários. Não chame atenção para si mesmo em público. Siga as tradições da família. Não fale com estranhos. Mantenha-se atento às pessoas suspeitas. Fique em segurança.
Mas um efeito colateral de superestimar a importância da segurança pessoal em sua vida é que ela pode fazer com que você viva de forma reativa. Em vez de definir seus próprios objetivos, fazendo planos para alcançá-los e indo atrás deles com vontade, você opta pelo seguro. Continue trabalhando no emprego estável, mesmo que não lhe satisfaça; permaneça nesse relacionamento insatisfatório, mesmo que você se sinta morto por dentro em comparação à paixão que você, um dia, já sentiu. Quem é você para pensar que pode reverter o sistema? Aceite sua sorte na vida e faça o seu melhor. Siga o fluxo e tente não balançar barco.
Sem dúvida, existem perigos reais na vida, e você deve evitá-los. Mas há um enorme abismo entre imprudência e coragem. Não estou me referindo à coragem heroica de arriscar sua vida para salvar alguém de um prédio em chamas. Por coragem eu quero dizer a capacidade de enfrentar esses medos imaginários. O medo do fracasso. O medo da rejeição. O medo de ir à falência. O medo de ficar sozinho. O medo da humilhação. O medo de falar em público. O medo de ser condenado ao ostracismo pela família e amigos. O medo do desconforto físico. O medo do arrependimento. O medo do sucesso.
Quantos desses medos estão prendendo você? Como você viveria se não tivesse medo nenhum? Será que você falaria em público com mais frequência, falaria com estranhos, se arriscaria a conversar com alguém em outra língua que você não domine, venderia mais, mergulharia de cabeça nestes projetos ambiciosos que você sempre sonhou? Ainda: e se você aprendesse a apreciar as coisas que tem sem os seus medos atuais? Que tipo de diferença isso faria em sua vida?
Será que você já se convenceu de que sempre existem razões lógicas pelas quais você não faz certas coisas? Seria indelicado apresentar-se a um estranho. Você não deve tentar falar em público, porque você não tem nada a dizer. Pedir um aumento seria impróprio, porque você deveria esperar até a próxima avaliação formal. Tudo isso são pensamentos racionalizados. Pense em como sua vida mudaria se você tivesse confiança e coragem para fazer essas coisas sem medo.
Conforme você envelhece, você reforça suas reações de medo em um ponto onde é difícil até mesmo pensar em enfrentar esses medos todos. Eles se tornam reais para você. Você acaba sua vida em um casulo, onde isola todos esses medos: um casamento estável, mas infeliz; um trabalho que não exige que você assuma riscos; uma renda que mantém você confortável. Mas há algo mais acontecendo nos bastidores, não é mesmo?
Essa vozinha sussurrando na sua orelha insiste em te lembrar que este não é o tipo de vida que você queria viver. Ela quer mais, muito mais. Ela quer que você seja mais rico, tenha um relacionamento excelente, deixe seu corpo em ótima forma, aprenda novas habilidades, viaje pelo mundo, tenha amigos maravilhosos, ajude as pessoas em necessidade, faça uma diferença significativa. E se você se recusar a ouvi-la ela continuará por lá, fazendo questão de dissertar sobre todos os seus resultados medíocres até que você morra, cheio de remorso pelo que poderia ter sido, dito ou feito.
Então, como você responde a essa voz chatinha que não cala a boca? O que você faz quando é confrontado por uma sensação de que algo não está certo em sua vida? Qual é a sua maneira favorita de silenciá-la? A maneira de sair deste circulo vicioso é convocar a sua coragem e enfrentar aquela voz interior.
Esta voz pode lhe dizer que seu casamento está morto há 10 anos e você está se recusando a acreditar nisso porque tem medo do divórcio; pode lhe dizer que você está com medo de que, se você começar o seu próprio negócio, é possível que você fracasse, e é por isso que você está preso em um emprego que não o desafia a crescer; pode lhe dizer que você já desistiu de tentar perder peso, porque você falhou inúmeras vezes e porque é viciado em comida; pode lhe dizer que você sempre quis ser um ator ou escritor, mas acabou trabalhando como vendedor porque parecia mais seguro; pode lhe dizer que você está desperdiçando seu talento.
Veja se você pode reduzir essa voz a apenas uma única palavra. O que ela está dizendo para você fazer? Deixar. Sair. Falar. Escrever. Dançar. Atuar. Exercitar. Vender. Mudar. Soltar. Pedir. Doar.Perdoar.
Assim como os músculos atrofiam se não forem estimulados, sua coragem também atrofia se você não desafiar a si mesmo, de forma consistente, a enfrentar os seus medos. Se você não exercer regularmente sua coragem, você estará fortalecendo seu medo por padrão; não há meio termo. A única coisa que paralisa você é o medo. O que você faz com a sua vida não cabe aos seus pais, seu chefe ou seu cônjuge. Cabe a você.
Quando você desenvolve um senso de propósito na vida, você pode começar a sentir uma desconexão desconfortável entre a sua situação de vida atual e aquela para a qual você está caminhando. Como você vai se sustentar? O que será de seus relacionamentos? Você está apenas enganando a si mesmo? Não importa o quão difícil possa parecer, escolha viver conscientemente.
Não morra sem abraçar a aventura ousada que sua vida está destinada a ser. Você pode ir à falência. Você pode experimentar o fracasso e a rejeição. Você pode suportar alguns relacionamentos disfuncionais. Mas todos estes são marcos ao longo do caminho de uma vida vivida com coragem.
O medo não é seu inimigo. É uma bússola apontando para as áreas onde você precisa crescer. Então, quando você encontrar um novo medo dentro de si mesmo, celebre-o como uma oportunidade de crescimento e senso de direção. Respire fundo e, o mais importante, siga sempre em frente.
Angélica Silva é uma buscadora. Eu sempre digo que o maior problema dela é ser parecida demais comigo (Alana), o que me confunde nos textos. Não sei qual é de quem! Uma mulher que se joga na vida com coragem, é autêntica, divertida e se reinventa a cada momento. Boto fé! Ela escreve também no seu blog pessoal Assim com a fênix. Confira!
"Eu sou uma buscadora, dando meus passos no universo. Tentando entender, tentando digerir a vida. Eu não quero parar até encontrar de fato tudo o que venho buscando: dar todo o meu amor!"
– Autor desconhecido
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