*Por Carol Sales em 17/12/2015
“Se, num passe de mágica, despertássemos vivendo o nosso sonho, seríamos imediatamente consumidos por ele. Temos de nos construir primeiro, fortalecer nossos “músculos” mentais e espirituais, antes de transformar nossos sonhos em realidade.” – Jober Chaves
Esse é um trechinho do livro que ganhei semana passada e estou lendo, chamado O Poder da Coragem.
Num determinado momento, o autor fala sobre o fato de que 90% das pessoas que ganham na loteria acabam perdendo, se não todo o dinheiro, grande parte dele. Ele fala sobre a necessidade que nós temos de evoluir junto com os nossos sonhos, junto com nossa realidade, para assim poder vivê-la de forma plena; do contrário, somos tomados pelo despreparo.
Isso me fez pensar. Principalmente vindo de uma família onde boa parte das pessoas passa ao menos uma vez por semana na lotérica, e coloca naquele jogo toda uma esperança de dias melhores, de solução para a crise, de uma vida sem problemas.
Eu não tenho nada contra quem curte jogar na loteria. Eu mesma já joguei algumas poucas vezes, quando a Mega Sena acumulou em valores tão exorbitantes que nem me lembro mais. Hoje, moro num país onde, no último ano, os gastos estimados com cassinos, máquinas de jogos, loterias e apostas em corridas somaram mais de $2091 milhões de dólares (e olha que o país tem apenas 4.5 milhões de habitantes). Sendo assim, claro que hoje em dia esse é um assunto que está muito mais no meu radar do que jamais esteve antes.
Ano passado, quando comecei a acompanhar o trabalho do coach de alta performance americano Brendon Burchard, ouvi dele uma frase que tem feito parte da minha vida desde então:
“Existem duas formas de algo verdadeiramente mudar na sua vida: ou algo externo acontece, ou algo novo sai de dentro de você.”
Esse pensamento me deu um start, foi como um soco na boca do estômago. Afinal, o que é que eu estava esperando acontecer pra mudar o que eu achava que precisava ser mudado na minha rotina? O que é que eu estava esperando acontecer para deixar a tristeza permanente e a infelicidade de lado? Logo eu, que sempre estufei o peito pra falar sobre a importância de “tomarmos as rédeas da própria vida”, de acreditarmos nos nossos sonhos, de não sermos conformados com o que não nos satisfaz, estava ali, entregue à inércia e à ilusão de que algo externo aconteceria e me traria a libertação, ou a permissão para que eu pudesse fazer algo por mim mesma.
Essa frase me deu o clique que faltava para que eu tivesse a coragem e a determinação de tentar algo novo. Eu não vou entregar minha vida e meu futuro para a possibilidade remota de ganhar na loteria (ou de qualquer outra coisa externa acontecer). Mesmo porque, se eu não percorrer todo o caminho que preciso percorrer, e não evoluir junto com os meus sonhos, é bem provável que eu perca todo o dinheiro e volte ao lugar onde estou hoje.
Pensando bem, isso já aconteceu comigo. Eu saí de um divórcio sem casa, sem carro, mas com uma graninha no banco. Investi parte disso para ir para a Nova Zelândia, e o restante simplesmente se foi. Alguns vários mil reais que sumiram, como num passe de mágica. Não gastei, não fiz com esse dinheiro o que eu queria fazer e, hoje, por diversas razões, não existe um centavo sequer na minha conta.
Mas não tenho raiva. Às vezes, bate uma tristeza, uma sensação de impotência e de ter sido besta de seguir conselho de quem só queria me ajudar, mas não tinha as mesmas prioridades que eu. Por outro lado, sei que era uma lição que eu precisava aprender. De um único acontecimento, tantas lições surgiram, de todos os lados. E eu espero ter aprendido, ou melhor, estar aprendendo.
Hoje não espero por milagres. Não espero pela grana repentina que vai cair na minha conta, e não tenho a menor ilusão (ou vontade) de viver uma vida sem problemas. Sei que enquanto eu não aprender as lições que tenho que aprender, vou constantemente encontrar o caminho de volta pra onde eu estava, com a mesma velocidade na qual tento sair dele. Não adianta querer cortar caminho.
Sigamos em frente! Um passo de cada vez.
Fotos: divulgação.
Carol Sales se formou em Turismo pela Universidade Metodista de São Paulo aos 21 anos, casou-se aos 23, se separou aos 25, se mudou pra Nova Zelândia aos 26, conseguiu um emprego na sua aérea de atuação aos 27, virou gerente 3 meses depois e pediu demissão no auge da carreira. Nesse momento está em sua casa, em Auckland, trabalhando ativamente na (re)criação de sua carreira e de um novo estilo de vida, mais saudável e mais alinhado com seus valores mais profundos. Escritora desde criancinha, acredita como ninguém no poder transformador das viagens e está relatando, em tempo real, o dia-a-dia de sua mudança de vida no crisedos30.com, onde encarou o desafio de escrever todos os dias por 222 dias.
"Eu sou uma buscadora, dando meus passos no universo. Tentando entender, tentando digerir a vida. Eu não quero parar até encontrar de fato tudo o que venho buscando: dar todo o meu amor!"
– Autor desconhecido
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1 comentário. Deixe novo
Muito bom o seu texto .a falta e o excesso são prejudiciais e a causa de todo mal . A loteria nada mais é do que levar a sério demais nossos sonhos .