* Por Renata Costa em 08 de fevereiro de 2017
A busca pela solução de questões que te magoam profundamente não está na espera por atitudes diferentes das pessoas que te rodeiam ou no afastamento físico momentâneo. Por que é tão difícil entender que nós somos os detentores da nossa felicidade ou infelicidade?
Uma das coisas que sabemos fazer bem, enquanto seres humanos, é fugir daquilo que nos incomoda. “É claro”, falariam os mais letrados, “isso é instinto”, nascemos sabendo nos afastar daquilo que nos causa desconforto. Programamos uma viagem para ficar longe da rotina; fingimos não ter ouvido aquele comentário sarcástico para não ter que responder à altura; ignoramos pessoas e fatos para simular que está tudo bem. É fácil passar pela vida assim, mas também é difícil não poder ser quem verdadeiramente você é.
A constatação de que passei a vida fugindo de alguma coisa, que ainda não sei onde está, veio agora, durante mais uma ausência física da minha casa. Resolvi vir morar 4 meses no Vale do Silício, California, com a intenção de buscar novas possibilidades para minha vida profissional, conhecer pessoas, fazer networking e “fugir” da minha realidade, só que eu não tinha percebido, até então, essa última intenção.
Cansada da rotina casa trabalho/trabalho casa, passar uma temporada fora do Brasil tornou-se uma obsessão, uma vontade incessante de buscar novos desafios e dar tchau para os problemas que me rodeavam. No entanto, eles vieram comigo. Sem autorização prévia. Sem nem ao menos me consultar. Não estavam dentro da mala, tampouco na bagagem de mão. Estavam dentro de mim, e eu não percebia.
A busca pela solução de questões que te magoam profundamente não está na espera por atitudes diferentes das pessoas que te rodeiam ou no afastamento físico momentâneo. Como é simples culpar o outro por aquilo que só você é responsável, não é mesmo? Quando jogamos a culpa em alguém por algo que nos incomoda é como se ficássemos sentados na varanda da vida esperando ela nos trazer uma solução.
Você pode ir, pode voltar, e os problemas vão continuar lá. Lá, naquele cantinho escuro, desconhecido, que você nem faz questão de saber que existe. A busca interna, com objetivo de detectar a causa do sofrimento aparente, é árdua, difícil, magoa, expõe, demonstra nossa vulnerabilidade.
Agora, sentada na janela do meu quarto, olhando as lindas árvores que balançam do lado de fora por causa dos alegres esquilos que lá habitam, reflito quanto tempo perdi procurando a solução no lugar errado. E me pergunto: por que precisei vir até tão longe para resolver algo que estava o tempo todo dentro de mim? Por que é tão difícil entender que nós somos os detentores da nossa felicidade ou infelicidade? E que alcançar este estado sublime de paz só depende de nós mesmos?
Hoje consigo olhar para os meus problemas e dar bom dia. Já entendi que não adianta eu ficar quilômetros longe porque não estarei livre deles. Precisamos aprender a praticar a boa convivência com nossos problemas, para que possamos viver em paz. Se você pensa que pode ficar sem eles, engana-se. Sempre existirão e estarão ao seu lado. Não se iluda. Eles podem se afastar, dar um tempo, mas sempre estarão ali, esperando uma brecha para aparecer de novo.
Depende de nós olharmos para esses problemas e escolhermos o que queremos sentir em relação a tudo isso. Essa escolha, sim, definirá os rumos da sua existência e pontuará o seu nível de felicidade e contentamento com a vida.
Imagens: Portal6, Google, Google, Visualhunt
Renata Costa é carioca, publicitária, marketeira, empresária inquieta e curiosa. Desde pequena é apaixonada por empreendedorismo. Acredita que qualquer um pode explorar seus talentos, viver fazendo o que gosta e ainda ser útil para a sociedade e para o mundo. Viver com propósito, ser e fazer diferente. Defende que cada um tem luz própria e é capaz de realizar, transformar, criar e inovar, sem limite de idade, sexo ou classe social. Idealizadora e conteudista do site www.poderdeempreender.com.br, viajará ainda este ano para viver uma experiência da 4 meses no Vale do Silício/California, onde pretende se inspirar e dividir inspiração com todos ao seu redor.
"Eu sou uma buscadora, dando meus passos no universo. Tentando entender, tentando digerir a vida. Eu não quero parar até encontrar de fato tudo o que venho buscando: dar todo o meu amor!"
– Autor desconhecido
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1 comentário. Deixe novo
Excelente texto… ótimo pra refletir… obrigadooo ?