Quando eu estou apaixonada, tudo o que eu não quero é conhecer outro cara. Eu quero AQUELE cara. Quer dizer que só porque a pessoa pela qual eu me apaixonei, não se apaixonou por mim, eu devo sair correndo em busca de um outro alguém? A troco de quê temos que ter essa necessidade absurda de tentar tapar um sentimento não correspondido colocando qualquer outro sentimento em cima, mesmo que superficial, só pra não ter que lidar com a rejeição? Porque precisamos fazer força pra gostar de fulano só porque o ciclano não nos quer? Não deveríamos ser honestos e aceitarmos nossa dor ao invés de tentar tapar o sol com a peneira? Confesso que sair, conhecer gente nova, beber até não poder mais, dançar que nem louca e etc., me ajudou a esquecer a tristeza da rejeição por um tempo. Mas logo depois voltava. E voltava pior. Voltava junto com um sentimento de fracasso por eu ainda não ter conseguido esquecer o fulano de tal. Então de que adiantava?
De que adiantava sair que nem uma metralhadora atirando para todos os lados, se na hora que eu acertava uns tiros eu não queria levar pra casa? De que adiantava marcar encontros se na hora de sair eu inventava desculpas pra não ter que ir? De que adiantava me esforçar pra gostar dos caras novos, se quando a minha vontade era de sair correndo cada vez que um deles começava a se apaixonar por mim? Colocar os “pingos nos is”, fazer uma clara e sincera avaliação dos MEUS reais desejos NESTE momento, fez com que meu sofrimento pela rejeição diminuísse. Porque, na verdade, o que estava me machucando era o meu próprio chicote me massacrando com pensamentos do tipo “porque eu não consigo me abrir pra outros caras? Porque eu não consigo esquecer o fulano?”. A partir do momento que percebi que fazia anos que eu não conhecia alguém pelo qual eu me apaixonasse dessa forma, e portanto era mais do que natural que eu não quisesse perdê-lo, foi natural também parar de me chicotear.
Aceitar que era aceitável tanto sofrimento e recolhimento depois de um fim de relacionamento foi o primeiro degrau rumo ao desapego do mesmo. E me perdoar por querer ficar na minha ao invés de sair pegando geral como antigamente (quando eu não estava apaixonada por ninguém), fez todo aquele afobamento, ansiedade e stress diminuir, permitindo que eu sentisse novamente a paz que eu tanto queria. O fato é que cada um tem um jeito melhor e mais adequado pra lidar com cada situação, e até mesmo esse jeito pode variar de acordo com a fase da vida que você se encontra, o que você já viveu e o que quer viver. Eu muito já desrespeitei a mim mesma no passado, ficando com caras que eu não gostava, apenas pra curtir e me sentir desejada. Hoje, já não tem mais espaço pra permitir tal comportamento. É óbvio que eu desejo um relacionamento novo. Cheio de paixão, reciprocidade, surpresas e autenticidade. Mas não é algo pelo qual eu esteja afim de ir atrás como eu ia.
“Abrir as portas, ajudaro Universo, criar oportunidades”. Chega. Neste momento eu estou totalmente aberta para o novo sim, mas desde que ele bata na minha porta disposto a fazer de um tudo para me provar que é o cara! Porque na real, tá me faltando paciência, disposição e até mesmo umas doses de bom humor pra essa coisa toda que hoje (que fique claro: hoje!) eu chamo de casinhos superficiais. Mas em compensação me sobra boa vontade e ânimo pra ficar perto daqueles que já conquistaram minha amizade, paixão e amor num passado remoto. Talvez seja uma fase nostálgica. Talvez passe, talvez piore. Talvez seja assim mesmo que eu tenha que estar pra um novo relacionamento surgir do nada na minha vida. Mas enquanto isso a única coisa que eu sei é que eu não quero ter que querer um relacionamento. Eu tô muito bem na minha, deitada no meu sofá, curtindo minha solidão. Obrigada.
"Eu sou uma buscadora, dando meus passos no universo. Tentando entender, tentando digerir a vida. Eu não quero parar até encontrar de fato tudo o que venho buscando: dar todo o meu amor!"
– Autor desconhecido
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2 comentários. Deixe novo
Eu sempre senti que não era boa em um relacionamento, o que eu quero dizer que é que relacionamento nunca foi algo que realmente que quisesse. Tive uns relacionamento e mesmo gostando dos caras eu sempre me sentia ruim em ter um relacionamento até que eu terminava ou minava as coisas. Eu me sinto bem sozinha, saiu, me divirto, vou ao cinema entre outras coisas. Eu gosto da sensação de liberdade e despreocupação com alguém ou outra coisa. Não quero filhos, todo mundo acha que eu estou desiludida com os homens, mas não é nada disso, eu gosto dos homens, mas não para um relacionamento.
Li seu artigo, e pelo que percebi, este texto já tem pouco mais de 2 anos, e é curioso, mas li ele como se eu estivesse falando comigo mesmo, a única diferença seria os sexos envolvidos rs rs rs, e mudaria apenas o final de seu texto, pois não considero “curtindo a solidão” eu me vejo “curtindo a própria companhia, me conhecendo e me completando” como nunca me senti completo antes, talvez por achar que o “certo” seria ter alguém que te complete, isso gera dependência e quando a pessoa falta independente de quem termine, essa falta causa uma devastação. Atualmente a pouco mais de um ano sozinho, tenho evitado “ficar”, ao invés de caçar… busco ficar em paz comigo mesmo, criar muitas amizades e conhecer as pessoas e suas essências, é incrível como nossa visão sobre as pessoas sem interesse sexual é transparente. Sim ainda estou na fase onde fujo das apaixonares que aparecem pois não estou permitindo aproximações. Tudo há seu tempo e o meu é individual no momento. Novas aventuras, novas viagens, novas experiências, muitos crescimento, sem travas, preocupações ou máscaras… Somos o que somos, gostem ou não. Não tem como negar que uma noite fria a saudade de calor humano não venha, ou até mesmo quando passa aquela mulher perfumada e bem vestida não dê curiosidade de conhecê-la melhor… Mas na seqüência já vem o pensamento… “Está disposto ou curioso”? Rs rs rs a vida nao tem receita. Mas continuo dentro daquilo que julgo me fazer bem no momento. 🙂 belo texto o seu.