Hoje esse texto foi inspirado por uma aluna minha da primeira turma do Programa Recalculando a rota. Ela disse algo assim:
“Alana, é muito louco. Eu aprendi no PRR a ser feliz e agora descobri que tenho medo de largar as desculpas, de viver sem problemas. É como se fosse ficar sem roupa. Eu quis tanto parar de sofrer e agora surge essa barreira? É normal isso? Como pode alguém gostar e estar amarrado ao sofrimento? Vira e mexe eu volto a querer deitar, me deprimir e assistir TV. É como se eu gostasse da merda quentinha (=zona de conforto)”. – Luciane Sampaio
Vou explicar cientificamente esta atitude da Lu (porque, mesmo que às vezes pareça, eu não falo nada sem base de estudo!) Vocês conhecem a lei de Hebb?
Lei de Hebb: “A intensidade de uma ligação sináptica entre dois neurônios aumenta se ambos são excitados simultaneamente”.
Calma que a tia Alana explica! Essa lei quer dizer que os neurônios que se ativam juntos tendem a permanecer juntos, a ligação entre eles é mais forte. E sempre que um deles é ativado, ele acaba reativando toda aquela rede que estava acostumada a se ligar com ele. É por isso que um drogado pode ficar anoooos sem usar droga, mas se um dia voltar para o contexto onde usava ou algo em sua nova vida ativar um neurônio desses… toda aquela rota de células se reativa novamente… e ele vai sentir uma vontade louca de usar droga, porque este era o comportamento padrão associado a esta ligação sináptica. É por isso também que às vezes a gente parece super bem resolvido com os pais e então passa um final de semana na casa onde vivia na infância e as brigas ferozes começam novamente. O ambiente, ou um tipo de conversa dispara todas aquelas velhas conexões sinápticas, muito bem arraigadas, um caminho muito percorrido por muitas vezes. E todas as velhas reações e comportamentos voltam, assim como os pensamentos antigos.
Por que o cérebro faz isso? É simplesmente um mecanismo para economizar energia! O cérebro prefere usar conexões já feitas do que formar novas. É sempre isso que ele vai fazer quando tiver a opção… Ou seja, o que nós estamos fazendo ao sair da zona de conforto é ir contra a natureza do nosso cérebro! Isso pode ser bem difícil e demandar muito esforço!
É possível, mas é preciso CONSISTÊNCIA. Para mudar sua vida, a Lu precisou mudar seus pensamentos, seus hábitos, suas formas de agir, seus sentimentos e estados de ser. Se ela parar com tudo e voltar para seus velhos hábitos e maneiras, todo o trabalho desanda, ela precisa começar tudo de novo para recuperar a nova rota formada. Mas quanto mais antiga, mais sulcada… ou seja, as rotas velhas nos puxam em direção a elas. Cada dia é realmente uma briga de foice com o seu cérebro!
Eu digo para vocês e digo a mim mesma, porque também tenho o dia em que quero deitar e chorar, me deixar levar, me deixar engordar, me largar… Portanto, entendo vocês quando este é o caso.
O que eu acho que me diferencia (e pode diferenciar você!) é que todos os dias volto a fazer a mesma opção consciente perante a vida: a de não me vitimizar pelos acontecimentos e me responsabilizar pela minha história, pelo meu estado, pela minha energia!
"Eu sou uma buscadora, dando meus passos no universo. Tentando entender, tentando digerir a vida. Eu não quero parar até encontrar de fato tudo o que venho buscando: dar todo o meu amor!"
– Autor desconhecido
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