* Por Claudia Lebie em 08 de agosto de 2016
Esses dias acordei livre! Tão livre que voltei a dormir sem saber o que fazer com tanta liberdade!
Passei toda a minha vida adulta dentro “da caixa”. Sempre estive ligada a empregos e relacionamentos amorosos com pouca liberdade de ser.
Quando abri a porta da casa dos 40 me senti apertada, enclausurada, e eu sabia que era só o começo da história! (Gente, uma mulher quando faz 40 anos ganha um ticket de ouro para viver a outra parte da trip com mais emoção, já reparou?)
Lá fui eu, segui planejando, desejando, criando novas possibilidades, mas me faltava a coragem para pular de uma vez, não consegui agir quando tudo estava tranquilo. Até que levei uma porrada emocional gigante que me deu duas alternativas bem claras:
Agarrei a opção B com toda minha força e fui. E um tempo depois a liberdade chegou!
Eu era livre! Esvaziei minha vida inteira, acordei solta, avulsa, desconectada do meu velho mundo e não fazia a mínima ideia de como começar o dia. Não era exatamente bom nem ruim, era uma novidade enorme e eu tinha tanto espaço que paralisei. Fiquei perdida um tempinho, espalhada na liberdade e me deixando extasiar com tudo aquilo.
Até que veio a presença, então me acalmei, me internalizei e entendi o crucial: EU NÃO ME CONHECIA e essa era a grande questão que me deixava sem rumo. Eu segui um script a vida toda: acordava, dormia, comia, me exercitava, me relacionava, viajava, estudava nas horas que eu tinha para isso, não era uma escolha, era um encaixe dentro do sistema todo, entende?
Com a ficha já caída, resolvi que tinha que me reconectar com minha essência e me conhecer de forma profunda. Aprendi qual a hora que meu corpo gosta de acordar e de dormir, entendi a diferença em ter fome e precisar comer para ter conforto emocional, aprendi qual hora é melhor para eu me exercitar, reconheci meu período mais criativo e concentrado, senti claramente meus picos de energia durante o dia e descobri coisas incríveis sobre tarefas cotidianas, sobre sentir tédio, ter tempo, ser totalmente responsável pela organização da minha vida.
Fiz dela algo real, bom, vivo, quase humano. E consequentemente vi que há vantagens e desvantagens ali, como há em quase todas as coisas.
Amo minha conquista e me sinto muito grata por poder respeitar muito mais meu corpo, minha fisiologia e trabalhar com meus picos criativos e de energia. Faço tudo de uma forma melhor. Trabalho, durmo, como, me exercito, estudo e me relaciono melhor com tudo e todos.
Agora, sou meu próprio combustível, não há um chefe me botando metas e prazos, não há um atestado médico me abonando a febre, não há mais minha mente treinada e bitolada seguindo os compromissos e ticando metas para chegar as férias de verão e eu merecer viajar, beber, comer, comprar muito e voltar para rotina para no próximo ano “merecer” tudo de novo. Esse ciclo foi útil, mas sua graça acabou!
Hoje, eu me permito escolher todo dia. Muitas vezes cometo erros e me perco toda, mas o caminho de volta para casa é claro e retorno para descansar e tentar de novo em breve. Já conheço bastante do meu próprio universo e isso me acalma. E mesmo seguindo minha própria órbita, preciso do ritmo do mundo também, das trocas, das conexões, dos esquemas, de certas regras.
Posso inspirar, ser admirada, ser criticada, ser zoada e tudo isso está certo. Cada olhar sobre mim vem com uma abordagem diferente, com uma história diferente. Entender cada crítica e cada elogio com a distância que existe entre o que me serve e o que serve para o outro. Cada um vai no seu tempo e cria seu romance buscando ser livre.
O mais importante para mim é que liberdade não é mais um folclore, uma utopia, uma lua no céu. Ela é minha escolha, minha companheira de respeito que me deu um presente muito valioso: a condição de eu me conhecer de verdade!
Imagens: Joe St.Pierre // Joestpierrephoto.com via Visual Hunt / CC BY-NC-ND , Visual Hunt
Claudia Lebie: empolgada por natureza, mestre em educação por formação, life coach por vocação, escritora pelo desafio, palestrante por necessidade de expressão, fotógrafa por persistência, estudiosa do desenvolvimento pessoal por puro amor! Adora arte, francês, cachorro, sol, filosofia, chocolate, roupa colorida, causas autênticas e gente empenhada. É idealizadora do projeto Da Boca pra Dentro e quer viver cada vez mais com vento nos cabelos, frio bom na barriga e mãos dadas pelo mundo!
"Eu sou uma buscadora, dando meus passos no universo. Tentando entender, tentando digerir a vida. Eu não quero parar até encontrar de fato tudo o que venho buscando: dar todo o meu amor!"
– Autor desconhecido
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