* Por Claudia Lebie em 31 de julho de 2017
O Rio é lindo. O Rio é barulhento, grudento e sedutor. O Rio é criativo, cruel e abundante. E tudo isso ao mesmo tempo.
E o que mais me impressiona na diferença social gritante que há aqui é que a pobreza se insere nas paisagens e na vida de bolha da zona sul de uma forma apertada, camuflada e loucamente necessária pro sustento do glamour. Quanto maior o abismo entre o pobre e o rico, mais o “menos rico” é necessário, a quantidade de serviços, de posições servis que se formam na beirada desse precipício é bastante incrível.
E nesse cenário todo também há os INVISÍVEIS, os que nem trabalho têm, os que dormem nas ruas mesmo. Que se aglomeram nos cantos, que passam o dia nos papelões encolhidos no nível que o – olho no olho – se dá mais facilmente com meu cachorro que comigo.
Eu não consigo mais parar de observar o meu funcionamento no mundo!
AUTOCONHECIMENTO É EVOLUÇÃO, É EXPANSÃO, É REVISÃO CONTÍNUA DE PADRÕES E CRENÇAS, E É, SOBRETUDO, MUDANÇA DE COMPORTAMENTO, CASO CONTRÁRIO, NÃO SERVE PARA NADA!
Vivendo aqui no Rio, o medo de interagir com os invisíveis mudou muito em mim; medo que de alguma forma era um rótulo quase perfeito para disfarçar a repulsa, o nojo, a falta de saber o que fazer com aquela barbaridade que é a vida de quem mora na rua.
Eu não posso dar dinheiro e frango (muitas vezes dou) paras as dezenas de pessoas que todo santo dia estão no meu caminho pedindo coisas, mas eu posso falar com elas, dar bom dia para as figuras que cruzo na minha esquina, dizer algo bacana para o tiozinho que me acena do outro lado da rua quando me avista agora, me abaixar e olhar no olho do molequinho que quer afagar meu cachorro, retribuir os “vai com Deus” que vivo ganhando por aí quando dou um simples olhar carinhoso.
Não é grande coisa, não mata a fome deles, nem tira o cheiro ruim, mas muitas e muitas vezes funciona para matar um pouquinho da fome da conexão, da dignidade de ser visto, de fazer parte novamente e especialmente de conseguir fazê-los soltar um sorriso só pelo sorrir, sem ter que me mendigar nada.
Quero deixar bem claro que não sou boazinha, não sou a boa moça que faz o bem pelas ruas da zona sul, eu tenho muita hipocrisia em mim, muitas partes escuras para explorar e muito medo de gente para superar.
Porém, eu sou um ser em expansão de consciência sim, eu abro portas em mim e quem eu deixo entrar é que me traz ferramentas para eu me entender melhor, para eu evoluir e poder ser, oferecer e atrair mais amor.
O resto está escancarado por aí, enxerga quem tirar os olhos do bolso!
Imagens: Google, Pinterest, Google.
Claudia Lebie: empolgada por natureza, mestre em educação por formação, life coach por vocação, escritora pelo desafio, palestrante por necessidade de expressão, fotógrafa por persistência, estudiosa do desenvolvimento pessoal por puro amor! Adora arte, francês, cachorro, sol, filosofia, chocolate, roupa colorida, causas autênticas e gente empenhada. É idealizadora do projeto Da Boca pra Dentro e quer viver cada vez mais com vento nos cabelos, frio bom na barriga e mãos dadas pelo mundo!
"Eu sou uma buscadora, dando meus passos no universo. Tentando entender, tentando digerir a vida. Eu não quero parar até encontrar de fato tudo o que venho buscando: dar todo o meu amor!"
– Autor desconhecido
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