* Por Alana Trauczynski em 05 de setembro de 2017
Muita gente vem me pedindo para compartilhar um pouco do processo que venho passando com a maternidade. Em suma, tem sido maravilhoso, mas muito muuuuuiiiito desafiador. Talvez o momento mais desafiador da minha vida. Esse processo vem acontecendo desde o momento em que descobri estar grávida. Principalmente, o que me dei conta é que, para tornar-se mãe, a gente precisa realmente se tornar um adulto responsável e definitivamente deixar de ser criança. Não no bom sentido, o de ser uma pessoa brincalhona, espontânea e despreocupada com as convenções, mas no mal sentido, o de ser imatura, carente, dependente, birrenta, teimosa, etc…
É o caminho da autorresponsabilidade total, que pode ser muito dolorido…
Por que é tão gostosinho fazer uma birra, né gente?
– “Só vou se você ficar comigo o final de semana inteiro depois!”
É tão gostosinho manipular as pessoas para que elas nos deem atenção…
“Triste, eu? Não… É só que eu quase não te vejo mais… Estou com saudades.”
Tão gostosinho ser aquela que chuta o balde de um relacionamento para o outro correr atrás, feito uma criança que é a dona da bola na brincadeira…
– “Se eu não posso ser o chefe, ninguém vai brincar!”
A gente ri. Mas a grande verdade é que o mundo está cheio de crianças grandes (no mau sentido) e bem despopulado de adultos responsáveis, que tomam a rédea de suas vidas nas mãos, param com o mimimi e cessam de esperar alguém vir resolver os seus problemas, pegar no colo, dar a mão, etc.
As crianças não querem alguém que explique como faz… querem que alguém venha e faça por elas. Querem alguém que esteja constantemente dando atenção, resolvendo tudo o que necessitam. Os adultos responsáveis percebem que as coisas só vão acontecer efetivamente se eles arregaçarem as mangas e fizerem o que tem que ser feito.
Eu estou longe de ser uma criança imatura em muitas áreas da minha vida, já que faz tempo que parei de esperar ajuda e reconhecimento externo para ser a autora e co-criadora da minha própria história. Mas, em algumas áreas, eu ainda tinha muitos aspectos infantis, principalmente nos relacionamentos, tanto afetivos como familiares. Fazia joguinhos de poder, ficava muito furiosa se a banda não tocasse conforme a minha batida, batia o pé, chutava o balde, clamava por atenção, era muito reativa, etc.
Eu era a rainha do “se não for do meu jeito, não quero brincar”.
Todos estes joguinhos que a gente faz são os recursos que usamos quando crianças para conseguir o que a gente queria e para obter o que precisamos de mais importante: amor!
A gente aprendeu cedo que dando uma choradinha a mamãe nos pega no colo…
A gente aprendeu cedo que fazendo uma birrinha o papai muda de ideia…
A gente aprendeu cedo que ficando doente recebe mais atenção…
E assim, mesmo adultos, ainda continuamos a usar estes recursos infantis em outros formatos para obtermos o que desejamos, tentando curar essa ferida latente da criança que fomos, e que não obteve todo o amor, carinho, compreensão, atenção, respeito e reconhecimento que desejávamos.
Você sente que algo em você ainda sangra e clama pela sua atenção? É isso. Sua criança está ferida.
A minha criança ferida precisou ser curada para que eu me tornasse uma boa mãe (e uma adulta responsável!) Caso contrário, eu não seria uma mãe… e sim uma criança disputando espaço com mais uma criança (que é o que acontece na maioria dos lares!). Só que apenas uma criança nesta equação tem o direito de sê-lo, concorda?
É por isso que este processo de cura e resgate da nossa criança é tão milagrosamente importante. Precisamos curar a ferida e resgatar a essência da nossa própria criança, porque todas as consequências boas da vida derivam daí. A vida fica leve, fluida e fácil depois disso…
Sem mais “gu-gu-dá-dá”
E sim mais “tá tranquilo, podexá!”
Imagens: Google, Visualhunt.com , Visualhunt, Visual Hunt
Alana Trauczynski é nômade digital, autora do livro “Recalculando a rota: uma louca jornada em busca de propósito” e criadora do Programa Recalculando a rota, um curso online de autoconhecimento e mudança de mindset para pessoas que querem recalcular a rota de suas vidas para um futuro mais brilhante e fluido. Para conhecer melhor seu conteúdo, curta sua página no facebook.
"Eu sou uma buscadora, dando meus passos no universo. Tentando entender, tentando digerir a vida. Eu não quero parar até encontrar de fato tudo o que venho buscando: dar todo o meu amor!"
– Autor desconhecido
Join our mailing list to receive the latest news and updates from our team.