Dentro desta história toda de fazer o que se ama, muita gente afirma que odeia seu emprego, que não faz o que gosta ou que deveria estar fazendo o que arrepia a sua alma. Outros dizem estar perdidos sem saber que rumo tomar e que ainda precisam se encontrar em uma atividade, uma profissão. Ninguém odeia um trabalho. Ninguém odeia trabalhar. Apenas pode estar odiando a insatisfação que o trabalho se tornou. E antes de discutir o fazer o que ama, vale a pena refletir sobre que paradigmas motivam nossas escolhas.
Hoje eu entendo que o fato de não se sentir bem fazendo determinado trabalho, não quer dizer que a atividade em si é inadequada ou que existe algum erro na jornada profissional onde em algum momento se desvia do caminho mais correto. O fato de detestar um emprego ou viver insatisfeito com a vida profissional está profundamente ligado ao nosso conceito particular sobre o que é um trabalho “digno”, baseado no histórico das nossas experiências de trabalho. Por exemplo, eu cresci acreditando na máxima: “É preciso trabalhar para ganhar dinheiro para sobreviver.” E fiz muitas de minhas escolhas profissionais priorizando o tal “ganhar dinheiro”. Resultado: frustração, sérias consequências.
Crescer com o conceito de que é necessário trabalhar para ganhar dinheiro e se sustentar, como se a vida não tivesse recursos além de dinheiro para sobreviver, é uma crença errônea. Acredito muito nisso. Bom, pode até estar certo quando se fala em “sobreviver”. Só que não quando se trata de viver. Gosto de destacar essa palavra porque acho importante distinguir muito bem “vivência” de “sobrevivência”. Sobreviver é viver sob uma condição negativa, com alguma coisa em acima do viver. Sobreviver é um pesar no viver. Já “Viver” é simplesmente desfrutar da vida e de tudo que ela nos proporciona.
ACREDITE, VIVEMOS EM ABUNDÂNCIA, DE RECURSOS, DE TUDO. Mas é tanta insistência nas coisas que precisamos ter para sobreviver que o conceito de viver permanece sufocado e em segundo plano.
O grande problema é cultivar o vínculo dependente entre vida e dinheiro. Uma falsa verdade que diz que não se pode viver sem dinheiro ou que é preciso de dinheiro para viver, ou melhor sobreviver… E não entender do que é composta a nossa insatisfação na vida profissional pode nos fazer optar por escolhas e mais escolhas a cada situação, na tentativa de encontrar qualquer luz através do paradigma da escassez. Ele está lá, te dizendo que se você não arrumar dinheiro suficiente pode não sobreviver. Aí então, além de se desdobrar para “sobreviver”, você se esquecer do “viver”. Desperdício exponencial da sua capacidade de vida.
Não é modinha de mochileiro sair por aí no mundo com pouquíssimo dinheiro ou nenhum, como em diversas matérias publicadas recentemente. São casos reais de que se pode optar primeiro pela vivência e depois pela sobrevivência. Famílias que vivem com alguns poucos dólares por semana ou mesmo sem nenhuma grana, através de um modelo autosustentável de vida são outros exemplos. Isto é pautar a sua vida pela abundância e não pela escassez. Dinheiro, carro, casa, bens materiais passam a ser coadjuvantes na escala de nossas vidas. Não mais essenciais. Desculpem-me o trocadilho mas o essencial passa a ser a nossa essência.
Memórias geradas pelo paradigma da escassez é que fizeram do trabalho um pé no saco. O conceito de vida profissional, assim herdado, é que traz um significado deturpado do que é “trabalhar”. O acúmulo das experiências de trabalho ruins muito provavelmente foram provocados por nosso significado interno de trabalho baseado na falta, no não reconhecimento da vida em abundância. E assim a vida profissional torna-se um grande dilema para muitos.
Em resumo, esqueça o “É preciso trabalhar para ganhar dinheiro para sobreviver”. Isso é a crença da escassez. Descubra e procure saber o que é o paradigma da abundância. Experimente e exercite esta forma de viver. Temos muito mais do que imaginamos ter. Somos muito mais do que imaginamos ser. A verdadeira abundância é saber viver.
"Eu sou uma buscadora, dando meus passos no universo. Tentando entender, tentando digerir a vida. Eu não quero parar até encontrar de fato tudo o que venho buscando: dar todo o meu amor!"
– Autor desconhecido
Join our mailing list to receive the latest news and updates from our team.
3 comentários. Deixe novo
Tornei-me interessada.
Nossa que legal muito bacana sua matéria!!
muito bom dahora de mais