Por Gabriela Fidelis em 27 de novembro de 2017
Muito se diz sobre empreendedorismo, sair da caixa, abrir seu próprio negócio, trabalhar com propósito e por aí vai.
Tenho acompanhado de perto essa mudança de paradigma e tenho baseado minhas escolhas pessoais e profissionais (se é que deveriam ser descritas em “caixas” distintas) nessa nova e necessária visão.
No meio de um dos podcasts que ouvi, diz: “Você quer ter seu próprio negócio, fazer dinheiro e estar alinhado com seu propósito? Bom, então você precisa estar aberto para receber julgamento alheio.”
Boom!!!
Pausa dramática para o soco na boca do estômago.
Como assim? Já não basta sair da zona de conforto, autoconhecimento, propósito e etc etc etc?!
Depois de ouvir essa frase, não consegui assimilar mais nada, e claro, minha mente consciente tentou mastigar essa frase e entender de qualquer maneira. Parece óbvio certo? Sair da zona de conforto, como diz a Alana, da merda quentinha, é um grande passo na direção de ser sua melhor versão e deixar o bumbum piscando (oi, vagalumes!).
Mas e se puder ser mais do que isso?
E se o medo do julgamento fosse a força avassaladora que te impede de ser quem você realmente deseja? Chegar mais longe? Abrir o campo de visão para as infinitas possibilidades que você nunca conseguiu imaginar?
Sempre tive medo do julgamento…
Talvez por ter sido adotada, achei que devia aos meus pais viver o roteiro de vida que os deixasse orgulhosos. Como se eu tivesse que justificar o fato de ter sido escolhida por eles como filha, assumindo a responsabilidade de seguir o que eu achava que os deixaria felizes. Me formar, casar, ter filhos… Imaginei a surpresa quando o único roteiro que segui foi fazer faculdade!
O resto… fui fazer cursos em outras cidades, trabalhar em São Paulo, Rio e até fui parar na Austrália! Sempre enlouqueci meus pais por querer ir (muitas vezes fisicamente) mais longe.
E fui, e saí e vivi. Mas sempre dividida entre o quem eu sou e o que eu sempre achei que esperavam de mim… E foi brabo descobrir que sempre fui minha pior juíza… ninguém nunca teve nada a ver com isso.
Descobri que o julgamento diz mais sobre o juiz do que do réu e esse foi o primeiro passo rumo a liberdade.
Não faz mais sentido pra mim viver uma versão idealizada, romantizada de mim mesma. Essa é a grande sacada da liberdade de ser… posso ter planos, metas, sonhos, posso errar, tropeçar, mudar o rumo, posso ser um virado de sentimentos mas escolhendo ser eu mesma. Co-crio minhas realizações e desafios e desejo o mesmo pra você.
A única diferença entre as pessoas ‘comuns’ e as que fazem sucesso seguindo seu propósito é que elas se permitiram ficar desconfortáveis no desconforto, se permitiram ser julgadas e dane-se o resto se isso realmente estivesse alinhado com quem são de verdade.
É a vontade latente de ser quem se é, acreditar que podemos contribuir para um mundo melhor.
Você pode até não concordar, mas o fato de não ligar para opiniões e julgamentos alheios e que não contribuem para o seu propósito é que faz com que se ultrapasse a barreira do medo pra chegar do ‘outro lado’.
O meu desejo? Que o medo do julgamento e do desconhecido continuem me impulsionando para novas experiências!
E é o que desejo pra você também.
Imagens: Me2 (Me Too) on Visualhunt.com / CC BY-NC-SA, Google, Google, VisualHunt.
Apaixonada pela vida, desde sempre foi a aquariana típica que sonha mais com o futuro do que o realiza. Ama contar histórias e é assim que faz suas melhores conexões. Formada em fisioterapia, descobriu que através do Coaching poderia fazer muito mais, tanto por seus pacientes, quanto por profissionais da fisioterapia, que, assim como ela, desejam reconhecimento, valorização da profissão, uma vida mais equilibrada e cheia de propósito. Por isso criou o Programa Conecte-se, para Fisioterapeutas em Busca de Propósito. Quando fez essa descoberta parou só de sonhar e começou a realizar. Para saber mais sobre o seu projeto, CLIQUE AQUI.
"Eu sou uma buscadora, dando meus passos no universo. Tentando entender, tentando digerir a vida. Eu não quero parar até encontrar de fato tudo o que venho buscando: dar todo o meu amor!"
– Autor desconhecido
1 comentário. Deixe novo
Sim, concordo plenamente!!! Muitas vezes, nós mesmos somos nosso pior algoz!!!! Mas nada como uma boa dose de auto-conhecimento (ad infinitum… hehehe) pra fortalecer seu verdadeiro eu e bancar o q vem por aí… às vezes (pra mim são muitas vezes…) a gente se sente inseguro mesmo, sensação de que não é bom o bastante e aí vem culpa, coisa ruim… e acreditamos que somos os únicos no mundo que se sentem assim, nos esquecendo (ou mesmo não estando consciente) do principal!!! Nos esquecemos que somos gotas (únicas e com sua singularidade essencial) de uma mesmo oceano – SOMOS TODOS UM! Qdo formos capazes de parar de fazer julgamentos de nós mesmos, seremos capazes de fazer o mesmo com o outro (e q na verdade é parte de vc!!!!) – louco, né? então vamos CELEBRAR que estamos aqui e agora JÁ COM ESTA CONSCIÊNCIA!!!! lindo texto, Gabi!!! parabéns!!!!